segunda-feira, 18 de novembro de 2013

CARTA DA FOZ


 
20 Anos da Peregrinação da Nascente à Foz do Rio São Francisco - 1992/1993 – 2012/2013


Há 20 anos, no dia 04 de outubro de 1993, chegávamos aqui à foz do Rio do São Francisco, depois de um ano em peregrinação pelas barrancas, ilhas, povoados e cidades do “Velho Chico”. Buscávamos sensibilizar e mobilizar a população ribeirinha em defesa do seu Rio, dom de Deus, cada vez mais degradado, ameaçado, destruído. E chamar as autoridades às suas responsabilidades por esta situação. Voltamos hoje, 15 de novembro de 2013, acompanhados de mais de 600 pessoas, representantes de 62 entidades sociais de toda a Bacia Hidrográfica, em Romaria à Foz, a celebrar – “tornar célebre”, memorável – aquele evento e seus efeitos para o momento atual.

Um olhar sobre estes 20 anos nos inquieta e provoca ainda mais. É certo que muitas ações foram desenvolvidas, houve lutas e resistências, até autoridades agiram... Mas não foi suficiente para impedir o processo de degradação do Rio São Francisco! Antes, o que ocorreu é que este processo se agravou. A ponto de estudos do Centro Nacional de Pesquisa Atmosférica (NCAR), no Colorado (EUA), concluírem que ele perdeu mais de um terço de sua vazão (35%) ao longo de 56 anos, entre 1948 e 2004, tornando-se um dos grandes rios mais degradados do mundo.

 “Meu Rio de São Francisco, / nesta grande turvação, / vim de dar um gole d’água / e pedir tua benção!” Este era o refrão do canto principal da Peregrinação e dizia bem qual era a sua proposta: chamar a atenção para os problemas do Rio (“grande turvação”) e para a necessidade urgente de lutar em sua defesa (“gole d’água”) e celebrar a fé que anima esta luta e toda a vida (“pedir tua benção”). Imperiosa necessidade de continuar entoando na prática este canto!

A “turvação” que sofria o rio era evidente nos quatro principais problemas então encontrados: o desmatamento (que leva ao assoreamento, ao aumento das “croas”), as barragens, os grandes projetos de irrigação e a poluição. A partir dos meados do século XX, o Rio São Francisco foi acumulando usos econômicos múltiplos, cumulativos e indisciplinados, que em pouco tempo o colocaram nesta situação terminal.

E este processo não para. Àqueles quatro principais problemas, que não cessaram, mas se agravaram, a eles foram acrescentados novos usos ameaçadores. Centenas de novas barragens, falsamente minimizadas como “pequenas centrais hidrelétricas”, às quais se somam parques eólicos indiscriminados e até usina nuclear; expansão dos desmatamentos nos Cerrados, geradores das águas, e agora também das Caatingas; mais perímetros irrigados para frutas e cana-de-etanol; mineradoras que desconhecem restrições em praticamente toda a Bacia... Tudo se enlaça num arranjo mortífero em nome do crescimento econômico e do lucro extremo do capital globalizado, a flexibilizar leis e tratar como “entraves” povos e comunidades e os limites da natureza.

Desrespeito maior ao rio é o malfadado projeto de Transposição de águas. Iniciado há seis anos, já custa quase três vezes mais o valor divulgado inicialmente – ultrapassa os 8 bilhões de reais. Além de dinheiro público para as empresas, só conseguiu mesmo foi votos nas eleições. Já a revitalização do rio, anunciada em troca da transposição, se restringe ao programa Água para Todos e ao esgotamento sanitário mal feito e superfaturado. Ontem, em Floresta – PE, na “benção da adutora” do Pajeú, que leva água a 80 mil pessoas do sertão, quisemos reafirmar e apoiar as verdadeiras soluções para a escassez hídrica; a transposição, esta está por si mesma condenada.

A região da foz onde estamos é das que mais sofre. Depois de todas as barragens, sobra água pobre de nutrientes e poluída de venenos, que não fertiliza mais as várzeas, nem alimenta as “lagoas criadeiras”. O peixe escasseia, o mar avança. Os pequenos produtores de arroz são pressionados para dar lugar a outros projetos, a cana para etanol... Áreas da União ocupadas há muito tempo por comunidades ribeirinhas são disputadas por fazendeiros. O município de Brejo Grande – SE foi declarado recentemente pelas autoridades como território do Quilombo Brejão dos Negros, mas aumenta a pressão violenta sobre os moradores e os apoiadores de sua luta. Aqui mesmo, em Penedo, 26 famílias moradoras e usuárias da Ilha do Jegue, acabam de receber a decisão judicial de que a ilha, Patrimônio da União, “pertence” a uma fazendeira de fora...

 
A Peregrinação foi uma Caminhada entre a Vida e a Morte! Mexeu tanto com o povo como com as autoridades. Uns e outros foram levados a reconhecer a situação alarmante de degradação do Rio. Deste reconhecimento nasce a expressão "revitalização do rio São Francisco" para dizer de uma necessidade imperiosa afirmada pelo povo e, a partir daí, uma pauta política relevante no país.

Rio Vivo, Povo Vivo! Rio Morto, Povo Morto! A mensagem desta insígnia é de que Rio e Povo dependem um do outro. E de que “cada um é responsável pela vida do Rio e é capaz de fazer algo pela sua recuperação”. E mais fará se estiver unido a seus irmãos e irmãs, companheiros e companheiras.

O “gole d’água” era e é toda a iniciativa feita pela defesa e preservação do Rio. Para simbolizá-lo, centenas de milhares de árvores foram plantadas nas barrancas do rio durante a Peregrinação. Um gesto de real importância para o Rio que perdeu 95% de suas matas ciliares. Além do plantio de árvores, muitas iniciativas surgiram durante e depois da Peregrinação, por ela motivadas, em parceria com amplos setores do poder público e da sociedade organizada: preservação de nascentes e matas, mutirões de limpeza da beira do Rio, educação ambiental e semanas ecológicas, fortalecimento e criação de consórcios intermunicipais de recuperação de matas ciliares, programas de reciclagem do lixo, criação de comitês de microbacias etc. Em 2005, para congregar e fortalecer o esforço popular constitui-se a Articulação Popular São Francisco Vivo.

Com alegria, vemos que o povo sanfranciscano não assiste apático às agressões contra seu rio, mas resiste e se mobiliza.  Como na região da foz, têm acontecido em toda a Bacia lutas de enfrentamento dos projetos degradantes: manifestações, trabalhos de base e de educação ambiental, atividades culturais, retomadas de territórios por povos tradicionais (indígenas, quilombolas, pescadores, comunidades dos Cerrados e das Caatingas), e resistências também de grupos urbanos.

É nessa vitalidade das lutas populares que depositamos a esperança de vida para o Velho Chico. Quando decidimos dedicar um ano de nossas vidas dialogando com as comunidades ribeirinhas e organizações populares, respondemos a um chamado e convidamos muitos pés para a caminhada. Esta peregrinação não é um ato heroico de poucos, é mutirão de muitas pessoas, é uma resposta de gratidão ao Velho Chico e um convite a mudar o rumo de uma morte anunciada. São Francisco Vivo – Terra e Água, Rio e Povo!
 


Foz do Rio São Francisco, 15 de novembro de 2013.

quarta-feira, 13 de novembro de 2013

Recanto do Pescador oferece hospedagem no período do Carnaval em Olinda

O Recanto do Pescador, em Olinda, abre suas portas para hospedar turistas durante o Carnaval da cidade. Com acomodações aconchegantes, seguras e alimentação caseira, o  espaço é uma alternativa de baixo custo para quem quiser passar o período momesco em um dos melhores e maiores carnaval do mundo. Toda renda será revertida para o trabalho do Conselho Pastoral dos Pescadores (CPP), instituição de cunho social que atua na defesa dos direitos de comunidades tradicionais pesqueiras de todo Brasil. 
 
Estão disponibilizados 45 leitos, com quartos para  grupos de até oito pessoas ou acomodações para dois ou três visitantes. O espaço oferece ainda sala de vídeo, refeitório, estacionamento e acesso a rede wi-fi. Além disso, possui transporte público passando na porta o que facilita a locomoção dos visitantes. O Recanto do Pescador está localizado a seis quilômetros do Centro Histórico de Olinda e a 10 quilômetros do Recife, onde também acontece o carnaval multicultural do estado, conhecido mundialmente.
 

A hospedagem inclui café da manhã e a diária custa R$ 160 por pessoa para quartos triplos ou duplos, e R$140 para acomodações coletivas. O espaço começará a receber os hóspedes a partir do dia 27 de fevereiro, encerrando as atividades dia 09 de março. Os foliões poderão aproveitar ainda as praias do município. Para mais informações, faça uma visita virtual às acomodações do Recanto do Pescador: http://recantodopescador.wordpress.com/ , curta a página do espaço no facebook: https://www.facebook.com/pescadorecanto, ou entre em contato através do número: (81) 34311417.
 
Serviço:
Para reservas: reservasrecanto@gmail.com
Telefone: (81) 34311417
Endereço: Av. Governador Carlos de Lima Cavalcanti, 4688. Rio Doce. Olinda -PE - Brasil.


 
 

 

 

 

 

 

 

 

 

 
 
 

segunda-feira, 4 de novembro de 2013

Grupo JCPM, tem pedido de licenciamento Indeferido pelo CPRH pela 2ª Vez.

O empreendimento turístico denominado COSTA DE GUADALUPE, mais um do Grupo Empresarial JCPM, que previa a instalação de um complexo turístico, localizado na praia de Guadalupe, entre a foz do rio Formoso e a praia de Gamela, no distrito de Barra de Sirinhaém, município de Sirinhaém, teve seu pedido de licenciamento indeferido pela 2ª vez, junto a CPRH.


O Relatório de Impacto Ambiental -
RIMA, construído pela Consultoria Jurídica Ambiental – PIRES Advogados e Consultores, Previa as etapas de implantação do Condomínio que tinha como objetivo atender a demanda hoteleira de auto luxo, com a implantação de campo de Golfe, Heliporto, Área de Lazer entre outros.
 

 

Em audiência pública no dia 31/10/2013, realizada pela Câmara de Vereadores do Município de Rio Formoso/PE, que teve como objetivo principal convocar a CPRH para prestar esclarecimento à comunidade Rio Formosensse, principalmente aos pescadores e pescadoras artesanais, sobre o projeto, e como ele se encontra hoje. A representante da APA Estadual de Guadalupe, a senhora Joana, falou que o ideal seria uma apresentação do projeto por representante do Grupo JCPM e que a mesma não podia fazer tal apresentação. A respeito do pedido de licenciamento apresentado pelo grupo JCPM, o mesmo foi indeferido já em 2ª estância, após alise técnica do RIMA, o qual foi constatado inadequado para ser implantação na área prevista, foi levando em consideração os aspectos ambientais da área, durante visita da equipe técnica foi constado fortes naturais de água, uma expressiva área com manguezais, e também topo de moro.

 

Durante a audiência o vereador Chico da Colônia, autor do requerimento que solicitou a Audiência Pública, recebeu das mãos de sua assessoria um oficio que acabará  de ser recebido. Tratava-se do oficio NAIA Nº 03/2013, no qual a CPRH informa oficialmente o motivo pelo qual o empreendimento turístico COSTA DE GUADALUPE, “foi indeferido, devido à inviabilidade ambiental no que diz respeito à localização do empreendimento proposto, conforme parecer GT nº 05/2013”.

 


Ainda em sua fala, a representante da APA Estadual de Guadalupe, a senhora Joana, ressaltou que o empreendedor, ainda terá uma 3ª chance de viabilizar o licenciamento, junto a CPRH, os dois indeferimentos feitos até o momento, sobre analise técnica do empreendimento, não fecha de vez a possibilidade da implementação do “Mega Projeto”, caso os empreendedores reapresente recurso, a decisão deverá ser política do órgão ambiental do estado, o que deixou todos/as apreensivos e preocupados, esperamos que os gestores levem em consideração os dois pareceres técnico que rejeitam a implantação do empreendimento.  


Texto de Severino Antonio e Rubem Tavares - fotos CPP Nordeste (Participação na audiência pública em Rio Formoso/PE)

terça-feira, 3 de setembro de 2013


 
 
Diferente do que diz o poeta.
Navegar é preciso, porque lutar para viver com condições dignas e necessária.
Somos mulheres e homens de fé; fé nas diversas manifestações, compreensões e representações de Deus; fé nas águas; na terra; nas matas; fé nos fenômenos da natureza; fé no outro; fé na luta e na vida.
Somos um povo e comunidade tradicional, de tradição pesqueira milenar, guardamos um patrimônio cultural imaterial ancestral, hoje ameaçada pela política desenvolvimentista do governo que favorece um pequeno grupo e nos extermina.
Temos importância histórica na vida das igrejas, no evangelho, nas sagradas escrituras, fomos chamados para ser discípulos também pescadores de homens e esperamos das igrejas compromissos conosco e com nossa vida.
Temos modos e práticas próprias, somos solidários e hospitaleiros por natureza, nos movemos conforme horários das mares, temos conhecimento de lua e vento, pela correntes das águas identificamos os cardumes de pescados... Somos povos das águas doces e salgadas, produtores de alimentos.
O Estado Brasileiro que temos tem atuado de forma violenta, atuando no sentido de tirar nossas condições de sobrevivências, nos tirando do nosso território e tirando nossa própria vida, num plano de ataque as comunidades tradicionais.  Entre a violência podemos destacar a privatização das águas públicas; em julho foi lançado edital para privatização de 22 lotes de espaços públicos no estado da Bahia...
Pensando enfrentar todo ataque não só aos pescadores e pescadoras estamos tocando a campanha de regularização dos territórios pesqueiros. Estamos lançando uma grande rede e queremos contar com o apoio da sociedade civil, das igrejas aqui presentes e outros organismos. Também nós, pescadores e pescadoras do Brasil queremos nos trazer para 5ª Semana Social Brasileira o nosso grito, ele retrata o estado que queremos.

No rio no mar!
Pescadores na Luta.
Nos açudes e Barragens!
Pescado a liberdade.
Hidro negocio!
Resistir.
Seca nas águas!
Derrubar.

 
Fala de Elionice Sacramento na mesa das comunidade tradicionais impactadas pelas politicas do estado, durante a 5ª Semana Social Brasileira.

 

terça-feira, 27 de agosto de 2013

REGIONAL NE II DO CPP RECEBE BISPO EM VISITA PASTORAL


O resultado do trabalho pastoral não assenta na riqueza dos recursos, mas na criatividade do amor. A força da Igreja não reside nela própria, mas nas águas profundas de Deus, nas quais ela é chamada a lançar as redes.
Papa Francisco.

Dom José Luis, Dom José Haring Ofm, Dom Genival Saraiva,
Dom Gabriel Marchesi, e Pe. Sandro
 Nos dias 19, 20 e 21 de agosto,  comunidades pesqueiras no litoral norte e sul de Pernambuco, acolheu em visita pastoral dom José Haring Ofm, bispo da Diocese de Limoeiro do Norte/CE, e responsável pelo acompanhamento dos trabalhos desenvolvidos pelo Conselho Pastoral dos Pescadores, a pouco mais de 10 anos, Dom José Haring vem dando sua contribuição cristã no trabalho da pastoral junto aos pescadores e pescadoras.

Irmã Cristiane Martins, Pe.Alaelson, Dom José e Pe. Brito
A visita Pastoral contou com um jantar de boas vindas, onde se reuniram agentes da Pastoral dos Pescadores, colaboradores, parceiros e os Bispos: Dom Genival Saraiva – diocese de Palmares e presidente da CNBB NE 02, Dom Gabriel Marchesi – diocese de Floresta, e Dom José Luis Sales - diocese de Pesqueira e acompanhante das Pastorais Sociais no regional NE 02, além dos padres Alessandro e Helio Nascimento da AOR. Na ocasião foi apresentado um panorama geral da realidade das comunidades pesqueiras na região nordeste II.
No segundo dia de visita, Dom José, esteve presente na reunião do clero da Arquidiocese de Olinda e Recife, rápida mas marcante visita, onde solicitou do clero apoio para o trabalho da pastoral junto aos pescadores e empenho das    paróquias na coleta de assinaturas para a Campanha Nacional pela Regularização dos Territórios das comunidades Tradicionais Pesqueira. No inicio da tarde foi recebido na comunidade quilombola e pesqueira de Povoação de São Lourenço, onde se reuniu com um grupo de pescadores e pescadoras da RESEX Acau Goiana e com o pároco local Pe. Sebastião.

No terceiro dia, visitou o litoral sul, onde pode ver de perto, o avanço industrial e portuário de SUAPE, vivenciou o arrocho do transito no grande Recife, onde todos os dias, trabalhadores e trabalhadoras enfrentam para chegar ao trabalho e depois no retorno pra casa. Em São José da Coroa Grande, se reuniu com pescadores de: Gaibu, Suape, Barra de Sirinhaém, Rio Formoso e São José da Coroa Grande, além dos pe. Alaelson da paróquia de São Francisco (Barra de Sirinhaém) e pe. Brito da paróquia de São José (São José da Coroa Grande). Finalizando a visita ao litoral sul, dom José Haring Ofm, visitou as instalações da Colônia dos Pescadores Z – 06 o Centro Comunitário São Pedro em Barra de Sirinhaém
Nesses três dias de vivência, na visita pastoral do dom José Haring Ofm, onde vivenciamos a vida das comunidades e a luta para manter o trabalho pastoral junto as comunidades pesqueiras,reafirmamos nosso compromisso de Ser presença de gratuidade evangélica no meio dos pescadores e das pescadoras, cultivando assim as sementes do Reino e colaborando com os pescadores e as pescadoras nos justos anseios de suas vidas, respeitando sua cultura, estimulando suas organizações, tendo em vista a libertação integral e a construção de uma nova sociedade.
 

quarta-feira, 24 de julho de 2013

Roda de Conversa com o Professor Alfredo Wagner da UFAM

Hoje 24\07\2013, será realizada uma Roda de Conversa com o professor ALFREDO WAGNER da UFAM, na tenda do Movimento dos Pescadores e Pescadoras Artesanais - Na 65 Reunião da Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência.

 

Local: Tenda dos Movimento dos Pescadores - Na frente do CFCH no Campos da UFPE em Recife.

Horário: 14hs.

sábado, 1 de junho de 2013

Pescadores e Pescadoras de Rio Grande do Norte, se reunem e discuti rumos do Movimento dos Pescadores e Pescadoras no Estado e a organização para campanha do Territorio das Comunidades Tradicionais Pesqueiras




Aos Pescadores do RN
 

Pescadores vamos a luta

Porque a hora é agora

Vamos organizar no RN

Os pescadores de fora a fora

Vamos unir nossas forças

Pois já é passada a hora.

 

Vamos lutar no presente

Pra no futuro ver a gloria

Com força e esperança vamos

Atrás da vitoria...

Mudarmos a história.

 

Vamos todos juntos

Atrás dos nossos direitos

Pedir que façam projetos

Mas que os façam bem feitos

Pois já vimos no futuro

Nossos caminhos estreiros

 

Por isso estamos aqui

Lutando pelo que é nosso

Protegendo nossos mares

Protestando contra os portos

Valorizando mares e rios

Com todos nossos esforços.

 

Pro isso estamos aqui

Colhendo assinaturas

Para garantir territórios

Para as gerações futuras

Para podermos pescar

E manter nossas culturas.

 

Francisco G. Lima de Lima - 01/06/2013

Jovem Pescador e Agricultor da Praia do Rosado – Porto do Mangue/RN

 

quinta-feira, 30 de maio de 2013

Campanha pelo Reconhecimento dos Territórios a Comunidades Tradicionais Pesqueiras.

 
Entre no Blog:peloterritoriopesqueiro.blogspot.com, anime seu e-mail das escolas, faculdade, cursinhos, no locais de trabalho, e ajude a colher assinaturas para o projeto de lei de iniciativa popular, que reconhecer os diretos das comunidades Tradicionais Pesqueiras ao Território. Participe!

sexta-feira, 10 de maio de 2013


 
 
SEMINÁRIO BUSCA VALORIZAR E CONTRIBUIR COM O DESENVOLVIMENTO SUSTENTÁVEL DA PESCA ARTESANAL NO ESTADO.

A pesca artesanal, importante atividade para a economia e o desenvolvimento social de Pernambuco, ainda não possui uma política de assistência técnica que a fortaleça no estado. Com o intuito de reverter esse quadro, no próximo dia 27 de maio, na Universidade Federal Rural de Pernambuco (UFRPE), será realizado o I Seminário da Pesca Artesanal e Assistência Técnica do Estado de Pernambuco. O evento, que é uma iniciativa do Conselho Pastoral dos Pescadores (CPP) junto à UFRPE e a Fundação Joaquim Nabuco (Fundaj), contribuirá com a elaboração de propostas para construção de um projeto estratégico para assistência técnica apropriada à essa cadeia produtiva em nível estadual. 
A realização do encontro insere-se em um contexto maior para a afirmação da atividade tradicional pesqueira no estado. Historicamente, o governo brasileiro nunca valorizou o conhecimento de pescadores/as artesanais, e em Pernambuco não é diferente. Eles são considerados improdutivos, apesar das estatísticas mostrarem outra realidade. Sua produção é superior a da pesca industrial em termos de volume, sendo responsável por mais de 50% do pescado no mercado brasileiro. A pesca artesanal também supre grande parte das demandas das próprias comunidades pesqueiras e abastece inúmeras outras, através da comercialização, troca e solidariedade.
 
Por ser uma atividade milenar, esse tipo de produção guarda conhecimentos e técnicas que garantem a sustentabilidade dos estoques pesqueiros. Além disso, sua diversificação e qualidade atuam sobre recursos de alto valor de mercado e nutritivo. A pesca artesanal ainda trabalha com bases sustentáveis que garantem segurança nutricional e com capacidade de promover a soberania alimentar.
O Seminário estará aberto para todos que tiverem interesse em debater a realidade da pesca artesanal no estado. Essas discussões visam valorizar e colaborar com o fortalecimento dessa atividade tradicional, respeitando sua cultura e o território onde é praticada. A partir dos dados existentes sobre a produção artesanal, debater uma política para a assistência técnica da atividade em Pernambuco mostra-se possível e urgente.
I
nformações:
 Local: Auditório do Salão Nobre da UFRPE - Rua Dom Manuel de Medeiros, s/n, Dois irmãos, Recife, Data e horário: 16h, 27 de maio de 2013.

Programação:
16hs – Mesa de abertura (UFRPE, CPP, FUNDAJ)
16h30min – A política Nacional de ATER e a Pesca Artesanal em Pernambuco
Expositora: MsC. Adriane Lobos – Emater Pelotas/RS
Debatedor: Dr. Cristiano W.N. Ramalho – UFS/UFRPE
Coordenador: Dr. Ângelo Brás – UFRPE
18h30min: lanche e encerramento do dia.

O Seminário tem como propositores e organizadores: O Conselho Pastoral dos Pescadores – CPP/NE II, O Programa de Pós-Graduação em Extensão Rural e Desenvolvimento Local – POSMEX/UFRPE; O Núcleo de Estudo em Agroecologia e Gênero – NEGA/UFPE; O Núcleo de Estudos, Pesquisa e Práticas Agroecologicas do semiárido – NEPPAS/UAST/UFRPE; e a Coordenação-Geral de Estudos Ambientais e da Amazonas – CGEA/FUNDAJ.

Contatos:
cppne@hotmail.com, tarcisio.quinamo@fundaj.gov.br, huldastadtler@oi.com.br

terça-feira, 30 de abril de 2013

CARTA DO SEMINARIO NACIONAL SOBRE METODOLOGIA PARA O LEVANTAMENTO DA PRODUÇÃO PESQUEIRA ARTESANAL


Nós representantes do Movimento de Pescadores e Pescadoras Artesanais de 15 estados brasileiros; representantes de entidades e pastorais sociais, de universidades estaduais e federais, bem como integrantes de comunidades Pesqueiras da Bolívia participaram do Seminário Nacional de Metodologia para Levantamento da Produção Pesqueira, realizado entre 23 e 26 de Abril de 2013 em Salvador Bahia. Avaliamos os métodos utilizados pelo estado brasileiro para realização da estatística pesqueira e construímos estratégias para implementação de metodologias de pesquisas adequadas que deem visibilidade ao potencial produtivo da pesca artesanal e sua importância social, econômica e cultural .

Este seminário se insere no contexto da Campanha Nacional pela Regularização dos Territórios das Comunidades Tradicionais Pesqueiras que tem como objetivo proporcionar condições para que pescadores e pescadoras possam debater junto a sociedade Brasileira a importância da pesca artesanal para o processo de reprodução física e cultural de milhares de comunidades pesqueiras no Brasil.

Pescadores e pescadoras artesanais denunciam que a metodologia utilizada pelos órgãos federais tem base nos interesses de grandes empresas, o que dá um caráter superficial e pouco confiável às pesquisas. Os estudos não incluem a participação das comunidades pesqueiras na coleta de dados, além de se sustentarem em estimativas e projeções fora da realidade da pesca artesanal. Com essas bases, o monitoramento analisa um campo restrito. Exemplo disso é o fato de só o pescado de valor comercial ser considerado, assim como as pesquisas não contemplam a pesca não embarcada, especialmente aquelas desenvolvidas pelas pescadoras e marisqueiras.

Para as comunidades pesqueiras, esse procedimento nega a importância da produção artesanal para a economia brasileira e favorece a reprodução de um discurso falacioso de que a pesca artesanal está em decadência. Elas acusam que o método governamental visa beneficiar apenas a aquicultura e a pesca industrial aliadas de grandes empreendimentos que se favorecem com o discurso do governo de que a pesca artesanal encontra-se em processo de extinção. Acontece que nós pescadores e pescadoras existimos! Nossos filhos estão aprendendo conosco e somos responsáveis por cerca de 70% do pescado nacional.

Foi avaliado que a metodologia utilizada para uma estatística pesqueira justa deve considerar toda diversidade da pesca artesanal, inclusive a pesca desembarcada desenvolvida principalmente pelas mulheres, bem como a pesca de subsistência a fim de dar visibilidade a importância desta modalidade que é responsável pela garantia da segurança alimentar de milhares de pessoas. Além disso,torna-se necessário fazer o levantamento de dados sobre as espécies de pescado, assim como tipos e tamanhos de embarcações, apetrechos utilizados, identificação de pesqueiros e outras especificidades que fazem parte do dia a dia do trabalho pesqueiro. A questão de gênero foi bastante focada, visto como essencial a identificação do trabalho das mulheres pescadoras.

Diante deste contexto os participantes do seminário reafirmaram a necessidade de se desenvolver junto as comunidades um trabalho de auto monitoramento que seja capaz de dar visibilidade a produção pesqueira artesanal, bem como firmou-se um compromisso para pressionar e controlar as ações do Estado nos processo de levantamento de dados sobre a produção pesqueira artesanal fortalecendo assim a Campanha pela Regularização dos Territórios das Comunidades Pesqueiras.

 

NO RIO E NO MAR, PESCADOR/A NA LUTA!

NOS AÇUDES E BARRAGENS, PESCANDO A LIBERDADE!

HIDRONEGOCIO, RESISTIR!

CERCA NAS AGUAS, DERRUBAR!

                                     

.: Validade da estatística pesqueira realizada pelo g...

.: Validade da estatística pesqueira realizada pelo g...: Por Arméle Dornelas - Comunicação CPP O Seminário de Metodologia para o Levantamento da Produção Pesqueira Artesanal, promovido pelo Movi...

terça-feira, 16 de abril de 2013

MPP REALIZAR FERIA DE PRODUTOS DA PESCA ARTESANAL EM MG


COMO AÇÃO DE EMPODERAMENTO DO PROCESSO DE DISCUSSÃO DO TERRITÓRIO DAS COMUNIDADES TRADICIONAIS PESQUEIRAS. É UMA AÇÃO DO MPP JUNTAMENTE COM AS IRMÃS DA DIVINA PROVIDENCIA E ORGANIZAÇÕES DE PESCADORES LOCAIS.

terça-feira, 19 de março de 2013

Release: Crime ambiental no Canal de Santa Cruz


foto  meramente ilustrativa - disponível na internet
Os Pescadores do Litoral Norte de Pernambuco realizaram abaixo assinados, reunindo mais de 400 assinaturas, pedindo a proibição e fiscalização da pesca predatória no Canal de Santa Cruz. Documento foi entregue aos representantes do CPRH e do Ibama, que prometeram uma reunião para o dia 20 de março, com a participação de aproximadamente 150 pescadores locais.

Desde outubro de 2012, a colônia de pescadores de Itapissuma vem recebendo denúncias sobre a prática de pesca com malhas miúdas em pescaria de camboa. Este tipo de prática, segundo os pescadores, é predatória e os praticantes são oriundos da comunidade do Gamba e Carrapicho, na cidade de Goiana. No último final de semana, os pescadores presenciaram que a prática ilegal pescou cerca de 700 quilos de tainha juvenil, com tamanho inferior a 2 centímetros. Logo depois o responsável pelo crime ambiental, despejou os peixes mortos no Canal. Esta pesca predatória traz como conseqüência a morte de cardumes ainda juvenis, não permitindo que os mesmos cheguem à idade de maturação, o que traz a escassez e até mesmo a extinção de algumas espécies.

Na reunião estarão presentes os coordenadores da Area de Proteção Ambiental – APA de Santa Cruz (CPRH), representantes do setor de Fiscalização do Ibama e aproximadamente 150 pescadores locais. O encontro está agendado para as 14horas, na casa de eventos Quintal Bar, Avenida João Pessoa, s/nº, centro. Itapissuma (próximo à escola Nercy Amazonas).

 




sexta-feira, 8 de março de 2013

PESCADORAS DE PERNAMBUCO LIGADAS A ARTICULAÇÃO NACIONAL, REALIZARAM PROTESTO PELAS RUAS DE RECIFE, FORAM RECEBIDAS PELA GERENCIA DO INSS.


 
Um grupo de aproximadamente 50 mulheres pescadoras, do litoral norte, sul e sertão de Pernambuco, realizaram hoje pela manhã um ato público, reivindicado, mais humanização na relação dos médicos peritos da Previdência Social para com as mulheres pescadoras, também reivindicaram momentos de formação para melhor conhecimento da legislação previdenciária, e um processo de capacitação com médicos peritos e os atendentes.

 O ato teve concentração dentro do Parque Municipal 13 de Maio, e saiu em caminhada pela Rua Visconde de Suassuna, com destino ao Prédio da Gerencia Regional do INSS na Av. Mario Melo. No local um grupo de 05 mulheres foram recebidas pelo Gerente Regional o Sr. GEORGE SÓSTENES ANTUNES LIMA.



Das reivindicações acimas já apresentadas ficou acordado com a gerencia regional a intelocução de um momento das pescadoras com a Superindencia do INSS em Pernambuco, e a realização de um encontro para discutir junto com os médicos peritos as caracteristicas das doenças  ocupacionais da pesca artesanal.
 

quinta-feira, 7 de março de 2013

PESCADORAS REALIZAM ATO EM DEFESA DA SAÚDE



A Articulação das Pescadoras em Pernambuco, realizará, na manhã dessa sexta-feira (08/03/2013) ato Público, com concentração as 08hs da manhã no Parque 13 de maio, no centro do Recife.

O ato publico tem como foco principal, chama a tenção da sociedade pernambucana, sobre os dilemas das mulheres com relação ao não reconhecimento pela Previdência Social das doenças ocupacionais especificas da atividade pesqueira artesanal; tendo também como enfoque as questões relacionadas a precariedade dos atendimentos públicos de saúde e pela ausência de uma ação voltada para doenças ocupacionais especificas da atividade pesqueira.

O ato esta sendo organizado pela Articulação das Pescadoras de Pernambuco em parceira com as Colônias de Pescadores: Z – 10 de Itapissuma, Z – 14 de Goiana, Z – 17 de Tejucupapo, Z – 08 do Cabo, z – 25 de Jaboatão, Z – 12 de Porto de Galinha, Z – 06 de Barra de Sirinhaém, Z – 07 de Rio Formoso, Z – 22 de Barreiros, Z – 09 de São José da Coroa Grande, z – 18 de Lagoa do Carro, Associação dos Pescadores e Pescadoras da Praia de Carne de Vaca, Associação dos Pescadores e Marisqueiras de Povoação de São Lourenço  e articulação das Colônias do sertão do São Francisco. Conta com apoio do NEGA/UFRPE, CPP/NORDESTE II e Irmãs Franciscanas Bernardinas.

Na perspectiva de sensibilizar a sociedade e envolver o maior numero de colaboradores/as e apoiadores/as, na luta pela implantação de um programa que valorize a saúde das mulheres pescadoras esperamos contar com o apoio e presença de todos e todas.

Maiores informações entra em contato com Joana Mousinho – 9644-4672 e Enilde Lima – 81 9793-7288.