terça-feira, 3 de setembro de 2013


 
 
Diferente do que diz o poeta.
Navegar é preciso, porque lutar para viver com condições dignas e necessária.
Somos mulheres e homens de fé; fé nas diversas manifestações, compreensões e representações de Deus; fé nas águas; na terra; nas matas; fé nos fenômenos da natureza; fé no outro; fé na luta e na vida.
Somos um povo e comunidade tradicional, de tradição pesqueira milenar, guardamos um patrimônio cultural imaterial ancestral, hoje ameaçada pela política desenvolvimentista do governo que favorece um pequeno grupo e nos extermina.
Temos importância histórica na vida das igrejas, no evangelho, nas sagradas escrituras, fomos chamados para ser discípulos também pescadores de homens e esperamos das igrejas compromissos conosco e com nossa vida.
Temos modos e práticas próprias, somos solidários e hospitaleiros por natureza, nos movemos conforme horários das mares, temos conhecimento de lua e vento, pela correntes das águas identificamos os cardumes de pescados... Somos povos das águas doces e salgadas, produtores de alimentos.
O Estado Brasileiro que temos tem atuado de forma violenta, atuando no sentido de tirar nossas condições de sobrevivências, nos tirando do nosso território e tirando nossa própria vida, num plano de ataque as comunidades tradicionais.  Entre a violência podemos destacar a privatização das águas públicas; em julho foi lançado edital para privatização de 22 lotes de espaços públicos no estado da Bahia...
Pensando enfrentar todo ataque não só aos pescadores e pescadoras estamos tocando a campanha de regularização dos territórios pesqueiros. Estamos lançando uma grande rede e queremos contar com o apoio da sociedade civil, das igrejas aqui presentes e outros organismos. Também nós, pescadores e pescadoras do Brasil queremos nos trazer para 5ª Semana Social Brasileira o nosso grito, ele retrata o estado que queremos.

No rio no mar!
Pescadores na Luta.
Nos açudes e Barragens!
Pescado a liberdade.
Hidro negocio!
Resistir.
Seca nas águas!
Derrubar.

 
Fala de Elionice Sacramento na mesa das comunidade tradicionais impactadas pelas politicas do estado, durante a 5ª Semana Social Brasileira.