terça-feira, 13 de junho de 2017

Pescadoras pernambucanas visitam unidade de beneficiamento da Associação de Pescadoras e Pescadores de Remanso, na Bahia

 
Primeira limpeza do pescado.
Pescadoras pernambucanas provenientes dos municípios de Goiana, Itapissuma, Jaboatão dos Guararapes, Cabo de Santo Agostinho, Barra de Sirinhaém e São José da Coroa Grande visitaram, em maio, a unidade de beneficiamento da Associação de Pescadoras e Pescadores de Remanso, na Bahia. O grupo conheceu o processo de beneficiamento utilizado na produção da sardinha na pressão e na produção de filé para a merenda escolar. “Na visita técnica também nos explicaram todo o processo de organização”, conta o agente social do CPP-NE, Bill Santos, que junto com a agente social, Laurineide Santana, do CPP-NE, e Rizoneide Gomes, do CPP-Submedio São Francisco, acompanharam o grupo.
Finalização do beneficiamento do filé de pescada, antes de embalar.
Um segundo encontro foi realizado com a secretaria de educação do município de Remanso, onde as pescadoras receberam informações sobre o processo de introdução do pescado na merenda escolar. “Eles destacaram pontos positivos, como a aceitação dos alunos, o aumento na frequência escolar e outros aspectos. Também discutimos sobre o Serviço de Inspeção Municipal – SIM, que é o selo de inspeção sanitária necessário para a comercialização de alimentos”, comenta Bill.

Filé de Pescada Pronto para embalar.
GESTÃO – O intercâmbio foi uma organização do Conselho Pastoral dos Pescadores – Regional Nordeste 02 (CPP/NE 02) com a Articulação Nacional das Pescadoras em Pernambuco (ANP-PE) e contou com o apoio logístico do Instituto Agronômico de Pernambuco (IPA). O objetivo foi conhecer a unidade e todo o processo de gestão administrativa referente ao beneficiamento do pescado. 

“As pescadoras          queriam entender como a associação conseguiu inserir o pescado na merenda escolar e também como se deu o processo da instituição do SIM. Essa experiência exitosa pode contribuir muito para as comunidades pesqueiras do litoral de Pernambuco”, reforça Bill.
A expectativa é que pescadoras de Itapissuma (PE) iniciem o processo de discussão junto ao seu município para a criação e implantação do SIM Municipal, inclusive porque a visita também contou com a participação de representantes da Secretaria de Pesca e Meio Ambiente dessa localidade. “Além de incrementar a renda familiar, esse tipo de experiência bem sucedida de beneficiamento do pescado e sua comercialização dentro das normas sanitárias brasileiras, valoriza o trabalho das mulheres pescadoras, aumenta sua autoestima e gera o reconhecimento da sua importância na economia local”, avalia Bill. 
Roda de Conversa no pátio do Terminal Pesqueiro de Remanso.

Texto: Verônica Fox e Fotos: Bill Santos.

Pescadores ocupam ministério contra cassação de registros profissionais

Grupo reivindica a revalidação do Registro Geral da Atividade Pesqueira (RGP), a carteira profissional do pescador
Pescadores ocupam MAPA nesta segunda-feira / Confrem Brasil | Facebook
Cerca de 60 pescadoras e pescadoras de quase todo o Brasil ocuparam o Departamento de Planejamento e Ordenamento da pesca do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (MAPA), como forma de protesto contra o cancelamento ou suspensão do Registro Geral da Atividade Pesqueira (RGP), a carteira profissional do pescador, sem a qual ele não pode exercer sua atividade profissionalmente. Além disso, na ausência do RGP,  a embarcação e a produção dos pescadores podem ser apreendidas.
O número de cancelamentos e suspensões dos RGPs nos últimos anos, é de quase 600 mil.            
Os manifestantes fazem parte do Movimento de Pescadores e Pescadoras Artesanais (MPP) da Comissão Nacional de Fortalecimento das Reservas Extrativistas Costeiras e Marinhas (Confrem).
A manifestação foi realizada como forma de pressão para a obtenção de uma resposta do secretário de pesca.
"Na verdade, o que falta é uma política voltada para nós, pescadores, e nós fizemos a ocupação para para reivindicar nossos direitos e que o sistema seja regularizado e, assim, sejam ativados todos os RGPs suspensos, porque com isso, os pescadores ficam prejudicados e sem acesso a todos os tipos de benefícios, inclusive os previdenciários", afirmou Josana Serrão, Coordenadora do MPP.
As organizações estiveram em reunião com Sami Pinheiro, Diretor de Planejamento e Ordenamento da Pesca e, após esse encontro, foi elaborada uma nota firmando compromissos com os movimentos populares.
Entre as deliberações, estão: a elaboração de uma nota técnica que garanta a revalidação dos registros que se encontram suspensos, cancelados, ou inativos; o estabelecimento de uma portaria que valide as renovações das licenças para pequenas embarcações e a participação do MPP e da CONFREN nas discussões do novo sistema de cadastramento de pescadores.
Além disso, os pescadores se dirigiram ao Instituto Nacional do Seguro Social (INSS) para reivindicar os seguros-defesa que haviam sido indeferidos sem justificativa. Outra demanda é a da ampliação de agências que atendam a uma demanda dos pescadores: 
"Que o INSS também reconheça o trabalho de nós, mulheres pescadoras. Nós sofremos, na maioria das vezes, discriminação nas agências da previdência social", completou Serrão.